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O valimento dos aliados

Daniel Castro Níveo/Sucursal O Dia

Nuno Vasconcellos

Presenciado pelos críticos uma vez que uno radical de dextra, Trump se orienta velo pragmatismo e, ao opoente do que faz o Brasil, nunca procura arredor somente tal qual pensa uma vez que ele.

“Eles precisam de nós bem mais do que precisamos deles. Nós nunca precisamos deles, eles precisam de nós. Todo globo precisa de nós”. Reproduzida por centenas de vezes pela prensa brasileira ao comprido da semana escancha, a asseveração supra foi feita velo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, horas após da cerimônia que marcou seu regressão à Mansão Branca. Ela se refere ao Brasil e à América Latina.

Nunca foi uma enunciação espontânea. Tratou-se, na realidade, de uma resposta à questão feita por uma plumitivo brasileira, interessada em compreender se Trump tinha a desígnio de pesquisar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela queria compreender, igualmente, a cerca de o quidam de relacionamento que o moderno presidente pretende sustentar com a vasta província que se estende do Rio Amplo, que marco a limite dos Estados Unidos com o México, até o orla austral da Patagônia.

Muita gente viu nas palavras do presidente recém-empossado uno risca de sobrançaria, de prepotência e de desdém pelos vizinhos — contudo desta turno, velo menos, ninguém ousou, uma vez que tem sido voga nos tempos atuais, acusá-lo de lavrar fake news com a desígnio de desestabilizar o administração brasílio. Na mesma risca, nenhuma domínio brasileira tomou a brocardo, uma vez que igualmente está na voga, de convidar Trump para instruir o que ele quis proferir ao declarar que o Brasil precisa dos Estados Unidos mais do que os Estados Unidos precisam do Brasil. O que ele falou, ficou por isso mesmo. Ainda bravo…

O indumento é que nem a configuração nem o teor do que Trump disse geram algum quidam de tremor. Estrangeiro seria se, defronte da questão feita à queima-roupa, ele calçasse as sandálias da humildade, cobrisse o Brasil de elogios e declarasse que a América Latina está entre suas prioridades. A resposta, sem incerteza, deixou transudar uno patente maléfico humor. Solitário que a questão foi feita num instante impertinência, quando ele estava centralizado na assinatura de documentos que ditarão o tinido de sua novidade governo e nunca parecia minimamente interessado em controverter a alistamento de seu administração com o Brasil ou com a América Latina…

“HOMEM-FOGUETE”

A resposta de Trump contém uno excesso patente. Na situação de maior economia do globo, possessor de uno PIB de US$ 28 trilhões, os Estados Unidos são, de indumento, a espaçoso potência econômica e armífero do globo. Do supino da arranjo que ocupam, dispõem de virilidade suficiente para ditar o tinido de seu relacionamento com a maioria dos países. O México e o Canadá, seus vizinhos mais próximos, que o digam. Contudo isso nunca significa — e Trump sabe disso bem bravo — que possam reverter as espinhaço para o globo. O presidente nunca mede palavras quando compara os Estados Unidos com os outros países. Contudo nunca se acanha em tornar detrás quando passa do tópico.

Em setembro de 2017, Trump zombou das ambições nucleares do ditador bolchevista norte-coreano Kim Jong-Uno — a quem chamou de “limitado homem-foguete”. Após, se aproximou e manteve três encontros com Kim, para desconforto dos tradicionais aliados sul-coreanos. Em entrevista na sexta-feira escancha, Trump manifestou a desígnio de tornar a se apinhar com o superintendente de uno dos países mais fechados do globo.

A atitude demonstração que Trump escolhe seus aliados movidos nunca por afinidades ideológicas, contudo por interesses estratégicos e econômicos. E isso planície tão para inimigos históricos, uma vez que a Coreia do Setentrião, quanto para aliados de primeira hora, uma vez que Israel. Trump pode até possuir afinidades ideológicas com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Contudo, certamente nunca negaria seu amparo incondicional a Israel se o Despedaçado Trabalhista estivesse no domínio.

Trump sabe que, se por uno ala, Israel depende do amparo dos Estados Unidos para nunca ser esmagado pelos inimigos, por outro, o região é uno padroeiro acirrado dos interesses norte-americanos numa parcela do globo que, à excepção de rica em petróleo, é estratégica para o transacção internacional. Contudo que, igualmente, é repleta de grupos terroristas e até de governos hostis, dispostos a tudo para ameaçar a firmeza interna dos Estados Unidos.

Uno administração uma vez que o de Trump sabe do valimento de uno coligado uma vez que esse. Sendo assim, nunca o abandonaria à própria direcção. Nos meios diplomáticos internacionais, circula o glosa de que, se Trump estivesse no sítio de Joe Biden em 2023, os terroristas de 7 de outubro quiçá nem tivessem destemido conquistar o território israelense, constranger mulheres, guilhotinar crianças, fuzilar idosos e sequestrar mais de 200 civis pegos de tremor velo desfeita medroso.

Ainda que o atentado tivesse ocorrido, os Estados Unidos debaixo de Trump certamente teriam agido com mais segurança contra os terroristas do que agiram debaixo de o comando de Biden. Assim, a batalha teria sido mais curta, o que teria parcimonioso milhares de vidas. O indumento é que a batalha se prolongou e os agressores portanto passaram a recontar com o amparo de vários governos e das próprias Nações Unidas — que nunca demoraram a ingerir quebrado dos terroristas e a perjurar a Israel o grandioso de reagir à ofensiva que sofreu.

Por mais que Biden tenha deixado o administração reivindicando a autoria da iniciativa, é patente que o atual congraçamento de sossego no Este Mediano solitário saiu porque os terroristas tiveram receio do que poderiam aguardar do moderno administração norte-americano. O patente é que, tendo propínquo ao tópico que chegou, o agitação abriu feridas profundas, que levarão anos para serem cicatrizadas — e o papel dos Estados Unidos será vital para que elas nunca continuem sangrando.

É pouco verosímil, por exemplo, que, no sucinto ou mesmo no meão prazo, haja clima para a implantação de uno Situação Palestino, ao ala de Israel. Contudo é perfeito achar uma resolução para que o plebe palestino possa existir com pudicícia sem que isso represente uma prenúncio constante a Israel. Essa é a incumbência que Trump tem pela dianteira.

PESO ESTRATÉGICO

E a América Latina? Bravo… para inauguração de lasca, a província nunca será aspecto por Trump uma vez que uno conjunto. Cada uno dos 20 países que a integram será estimado isoladamente e o relacionamento de Washington com eles será definido acontecimento a acontecimento, uma vez que incessantemente foi.

A diplomacia mercantil norte-americana prioriza os relacionamentos bilaterais ao invés de, uma vez que é a inclinação do Brasil, pesquisar se depreender com blocos econômicos. Trump, principalmente, nunca gosta de mourejar com blocos, nem mesmo com aqueles que contam com a participação de seu região. Em seu à frente procuração, ele pôs escopo ao Convenção de Desocupado Negócio da América do Setentrião (Nafta, na {sigla} em britânico). Firmado no administração do democrata Bill Clinton, em 1993, o Nafta pouco avançou nas gestões de George W. Bush e de Barack Obama, contudo sobreviveu até ser formalmente abortado por Trump em 2018.

Pela lógica da diplomacia mercantil norte-americana, e a partir de que se ligeiro em operação os interesses dos dois lados, algum região — autónomo da ideologia de seu administração, do porte de sua economia ou de sua localização no planta mundi — pode saber vantagens em seu relacionamento mercantil com os Estados Unidos. O acontecimento mais modelo nesse acepção é o do Chile. Com uno PIB de US$ 335 bilhões, o região mantém com os Estados Unidos uno Convenção de Desocupado Negócio que completará 20 anos no vizinho mês de junho. Caritativo para os dois lados, o pacto jamais foi disposto em xeque nem sofreu alterações.

Quando o concórdia foi assinado, em 2005, o Chile quadra administrado pela socialista Michele Bachelet e os Estados Unidos, velo republicano George W. Bush. É precípuo invocar gentileza para esse tópico: a ideologia esquerdista de Bachelet nunca impediu que ela percebesse a relevância de se arrolar comercialmente com a maior potência do globo. E Bush, por mais conservador que fosse, nunca dificultou o tratado. Quando Trump chegou à Mansão Branca pela primeira turno, em 2017, Bachelet estava concluindo sua segunda delegação velo Palácio de la Moneda, e o congraçamento prosseguiu sem algum sobressalto.

CONCORRÊNCIA PESADA

E qual é o papel do Brasil nessa conto? Bravo… à primeira aspecto, zero do que aconteceu até o recordação instante indica uma modificação significativa nas relações comerciais entre os dois países. Brasil e Estados Unidos mantêm uno fluxo de transacção bilateral precípuo ademais para ser ameaçado por picuinhas ideológicas. No ano pretérito, esse fluxo somou pouco mais de US$ 80 bilhões. O valimento é quebrado conduto a conduto, com uma primazia mínima para o ala norte-americano. Enquanto o Brasil exportou US$ 40,33 bi para os Estados Unidos em 2024, os Estados Unidos exportaram US$ 40,58 bilhões para o Brasil.

As exportações brasileiras para os Estados Unidos são compostas por aviões, seiva de laranja, petróleo, artefatos de ferro, aço, cafezeiro e mesocarpo. Já as exportações para a China, o maior comparsa mercantil do Brasil, alcançaram US$ 116 bilhões no ano pretérito e têm uma vez que precípuo mercadoria a soja.

É aí que está o xis da quesito: embora liderem as exportações brasileiras para a maioria dos parceiros, os grãos do agronegócio nunca constam da tarifa de produtos vendidos à maior economia do globo. Por quê? Bravo… a asseveração de que o globo precisa dos vitualhas produzidos velo agronegócio brasílio pode significar para a China, para o Japão, para a Alemanha e para uno colina de lugares. Contudo nunca planície para os Estados Unidos. No que diz consideração aos produtos do agronegócio, os Estados Unidos nunca são clientes. São concorrentes. E essa afluência, que já quadra pesada nos últimos anos, ficará ainda mais duro daqui por defronte.

Trump nomeou para o Departamento da Cultivação dos Estados Unidos a advogada Brooke Rollins. Ela nasceu e cresceu numa herdade e, antes de saber seu certidão em grandioso pela Universidade do Texas, se graduou em crescimento agrícola na prestigiada A&M University. Trata-se de uno meio fundado no final do Cem 19 que se firmou uma vez que uno dos principais centros de competência do agronegócio mundial.

Brooke Rollins integrou o staff da Mansão Branca na primeira governo Trump, uma vez que uma das conselheiras para assuntos políticos mais próximas do presidente. Nos quatro anos da governo Biden, liderou uma organismo chamada America First Policy Institute (AFPI) que, numa versão vago, significa Instituto de Políticas para a América em Adiante Local. Dessa arranjo, e incessantemente em contato com o superintendente, ela foi fiador velo crescimento de parcela da estratégia que reconduziu Trump à presidência.

No teor em que apresentou a novidade mesa, Trump ressaltou o compromisso de “Brooke em acomodar o quinteiro americano” e a “resguardo da autossuficiência nutrir dos Estados Unidos”. O que isso significa? Bravo… significa que a chance de o maior região do globo, que desavença com o Brasil a situação de maior potência agrícola do globo, distrair suas fronteiras para produtos agrícolas brasileiros é cifra. Absolutamente cifra.

Pior: os Estados Unidos daqui por defronte certamente avançarão a cerca de os mercados que o Brasil já conquistou. Ninguém deve se surpreender, por exemplo, se o moderno congraçamento mercantil que Washington negociará com a China determinar condições preferenciais para a soja norte-americana em alistamento à brasileira. Numa estado uma vez que essa, ao invés de proceder hostilizando os produtores rurais, uma vez que incessantemente fez, seria clemente que o atual administração passasse a advogar com mais aferro o agronegócio brasílio. Nem que seja somente para refrear que o região perda as vantagens que já conquistou nessa dimensão.

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